PALAVRA DO GESTOR
No mês de março a Bovespa encerrou com alta de apenas 0,01% com 85.366 pontos. Por outro lado, as indefinições eleitorais colocaram o dólar a R$ 3,3238 com alta de 2,43%.
No 1º trimestre de 2018, a Bovespa encerrou com alta de 11,73%. Grande parte desta alta ficou por conta da entrada de recursos estrangeiros na bolsa de R$ 9,5 bilhões. Os investidores estrangeiros retiraram volumes significativos da bolsa em fevereiro de R$ 4,2 bilhões e em março de R$ 5,3 bilhões. Apesar disso, a bolsa atingiu o seu pico em 26 de fevereiro a 88.318 pontos. Neste momento, como forma de diversificação, os investidores locais aumentaram a posição em renda variável por conta da baixa da taxa Selic que passou para 6,50%. Essa redução tem como base os baixos Ãndices inflacionários dos últimos meses (IPCA em março de +0,13% e 2,72% em 12 meses).
No final de fevereiro, o cenário externo ficou complicado, com as seguintes medidas: 1) em 06/03, o Presidente Trump anunciou aumento de 25% na taxa de importação do aço e do alumÃnio. Esta medida teve impacto negativo ao redor do mundo, e não poderia ser diferente, as bolsas mundiais caÃram. No Brasil, as ações das empresas siderúrgicas caÃram drasticamente com essas medidas, entretanto, as negociações do governo brasileiro junto ao governo americano foram positivas, isentando o Brasil destas medidas. 2) no dia 21/03, o Banco Central sob o comando de Jerome Powell elevou a taxa básica de juros em 0,25%, de 1,50% a 1,75%. A expectativa é de dois novos aumentos até o final de 2018. 3) no dia 06/04 mais um novo anúncio do presidente Trump, novas tarifas de US$ 100 bilhões para os produtos chineses e uma contÃnua guerra comercial trazendo estresse ao mercado americano e para o resto do mundo. 4) temos também, a notÃcia de um suposto ataque quÃmico (gás venenoso) na SÃria com a morte de 42 pessoas. O Departamento de Estado dos EUA exige resposta imediata da comunidade internacional, apontando a Rússia como responsável pelo ataque.
No Brasil, em 05/04 foi negado o Habeas Corpus ao ex-presidente Lula. As bolsas festejaram com olho aberto nas notÃcias externas. No último dia 06, novas prisões foram determinadas pela Justiça Federal. Foi preso pela PolÃcia Federal de São Paulo, ex-diretor conhecido como Paulo Preto da estatal paulista Dersa. Paulo Preto foi apontado como operador da campanha do PSDB com desvios de verbas na construção do Rodoanel, durante a gestão de José Serra e Geraldo Alckmin. Esta prisão poderá trazer novas consequências para as próximas eleições presidenciais, já que Geraldo Alckmin é o candidato pelo PSDB. Na 12º Vara Justiça Federal em BrasÃlia foi aceita a denúncia das pessoas muito próximas do presidente Michel Temer, coronel João Baptista de Lima Filho e o advogado José Yunes, que acabaram de virar réus na operação Quadrilhão do MDB.
Nos últimos dias, estamos presenciando a dança das cadeiras com a posse de 11 novos ministros. Podemos citar alguns: O Ministro Henrique Meirelles anunciou a sua saÃda do Ministério da Fazenda com a perspectiva de ser candidato à Presidência da República, confirmando que não será candidato à vice. Mudanças no BNDES, saÃda de Paulo Rabello de Castro e entrada do ex-ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. A outra mudança foi no Ministério de Minas e Energia, saÃda de Fernando Coelho Filho e entrada de Moreira Franco, fato que trouxe grande estresse nas ações da Eletrobras ON, que já caÃram 17,85% em 2 dias (o mercado afasta a privatização da Eletrobras com essas mudanças). As ações da Petrobras PN caÃram 3,52% e do Banco do Brasil ON perda de 3,62%.
Enfim, podemos notar que as últimas notÃcias não são nada favoráveis.
1) No Brasil, temos uma taxa Selic baixa e com uma nova tendência de queda de mais 0,25% na próxima reunião do Banco Central, uma inflação estável através de um consumo ainda frágil e uma economia com perspectivas de crescimento gradativo, porém longe a ponto de antecipar resultados otimistas de alguns setores.
2) Nos EUA, ainda não sabemos até onde vai a guerra comercial do presidente Trump contra a China, que pode trazer mais volatilidade ao mercado. O último evento na SÃria, onde a Rússia foi responsabilizada pelos ataques, fato que pode trazer algum estresse entre os dois paÃses.
Surpreendentemente no meio de várias notÃcias negativas, tivemos uma positiva, a Moody´s elevou a nota do Brasil de negativa para estável.
Entretanto, vamos passar por um momento turbulento, tanto pelas notÃcias internas e externas. Estamos atentos aos desdobramentos polÃticos, pois serão fundamentais para uma nova alta no mercado. No campo das companhias abertas, em abril, caso o dólar continue em alta (2% até 09/04), as empresas endividadas terão seus resultados reduzidos. Por outro lado, as exportadoras serão beneficiadas ao longo dos próximos meses. Logicamente, cada caso deverá ser analisado individualmente.
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